quarta-feira, 15 de agosto de 2012

A exigência da boa aparência nos classificados de emprego


Entrevista concedida em 05/02/2012 por e-mail à professora de Língua Portuguesa, Maria Gabriela Lourenço, que está desenvolvendo trabalho de TCC, cujo título provisório é “A Perpetuação (ou não) da Discriminação Implícita nos Classificados Jornalísticos".

1. O senhor acredita que a exigência da boa aparência, presente em alguns anúncios jornalísticos (1), no século XX, tinha alguma relação com a raça das pessoas?

Resposta: Absolutamente nenhuma relação com a questão "raça". Mesmo porque, a ciência reconhece apenas uma única raça: A raça humana. Quero deixar bem claro que, quando um anúncio pedia (porque agora não pede mais, salvo para cargos específicos) boa aparência, o sentido da expressão era que o candidato fosse pessoa que estivesse preocupada em cuidar de sua aparência no afã de passar uma imagem positiva, dinâmica, asseada e entusiasta, atributos que a maioria das empresas deseja.

2. Atualmente, as relações de gênero e de raça interferem no mercado de trabalho?

Resposta: De maneira alguma. Se tomarmos o sentido "raça" como cor, temos tantos negros, amarelos e vermelhos atuando em importantes cargos de gestão, sobretudo na política.

3. A Lei 1905 de 24/11/98, que proíbe o termo "exige-se boa aparência", nos anúncios de recrutamento, é útil?

Resposta: Não foi nem um pouco útil e nem produziu os efeitos desejados por quem a elaborou. Ainda há alguns anúncios que exigem boa aparência, basta uma rápida olhada nos classificados. Esse tipo de lei é elaborada por pessoas que deitam falação sobre o que não sabem, pois nunca colocaram seus pés num departamento de Recursos Humanos de uma empresa, nem sonham como funciona um ambiente corporativo privado que é absurdamente oposto ao do funcionalismo público. Enquanto 50 mil brasileiros são assassinados por ano, o Congresso fica brincando de elaborar "leizinhas" rasteiras de RH e se metendo aonde não foi chamado.

4. A política das cotas cumpre com o papel de corrigir a estratificação social?

Resposta: Nunca cumpriu, não cumpre e nunca irá cumprir. Existem diversos estudos probatórios em relação à ineficácia das políticas de ação afirmativa (cotas) ao redor do mundo. Um desses estudos foi feito pelo economista Thomas Sowell, que resultou no esplêndido livro "Políticas Afirmativas ao Redor do Mundo - Um Estudo Empírico” (Editora Univer-Cidade-RJ). Nos países aonde tais políticas foram aplicadas, causaram guerras civis com seus efeitos nefastos (Sri Lanka, por exemplo) devastadores e irreversíveis a curto e médio prazo. Não se pode nivelar por baixo em detrimento ao mérito. As pessoas são naturalmente diferentes no que diz respeito às suas vocações e talentos naturais. Os negros americanos, por exemplo, demonstraram ao longo da história seu talento nato para a música, sobretudo o Jazz sem depender de esmolas governamentais ou de políticas de cotas. Venceram por seus próprios méritos. Nos esportes, idem. A política de cotas é cortina de fumaça, o que está por trás são interesses tacanhos de políticos inescrupulosos que sempre querem ganhar eleições ou cargos à custa dessas mentiras.

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